quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Rosa Branca


Ensinando um pouco da história não contada nos livros de história e também para homenagear os grandes atletas do Brasil. Segue as conquistas desse grande jogador e o depoimento de Fabio Sormani sobre Rosa Branca.


Há coisas na vida que a gente lamenta; eu gostaria muito de ter visto Rosa Branca jogar.

Não foi possível, pois eu era apenas um tico de gente quando ele encantou o mundo ao lado de Wlamir Marques e Amaury Passos.
Ganhou dois campeonatos mundiais, em 1959 (Chile) e 1963 (Brasil). Mas foram as duas medalhas de bronze conquistadas nas Olimpíadas de Roma (1960) e Tóquio (1964) que para mim têm um valor inestimável.

Conversei com Rosa Branca apenas uma vez. Foi no Sesc Vila Nova, pertinho do Mackenzie, onde ele trabalhava, ensinando basquete e contando história e segredos para muitas crianças que queriam aprender como controlar a bola com as mãos. Nosso encontro deu-se no começo dos anos 2000. Rosa Branca tinha 60 anos.

Impressionou-me ele por seu porte avantajado. E pela serenidade com que falava e contava casos e causos. Era muito educado. Isso também me impressionou, pois, num mundo como este, onde as frustrações são tão grandes quanto a carreira de Rosa Branca, é comum encontrarmos gente despreparadas que costumam descontar suas decepções em terceiros – e muitas vezes na imprensa.

Rosa Branca não era assim. Pareceu-me um cara muito bem resolvido, de bem com a vida e com o mundo.

Nasci eu em Araraquara; meu currículo no canto alto desta página mostra isso. Rosa Branca também.

Meu pai sempre falava do menino Carmo que andava pelas ruas da cidade com uma bola de basquete batendo daqui pra lá e de lá pra cá.
“Menino, vá ao armazém comprar farinha pra mim”, ordenava a mãe. E Carmo pegava a bola de basquete, saía batendo calçada a fora e cumpria a determinação materna.
“Agora vá à padaria e traz uma bengala torradinha” – e lá ia novamente aquela flor de pessoa batendo sua bolinha pelas ruas da cidade.
Foram feitos um para o outro; Rosa Branca e a bola de basquete.


Currículo

CAMPEÃO MUNDIAL – 1959 (Chile) e 1963 (Rio de Janeiro)
- CAMPEÃO SULAMERICANO – 1958 (Chile), 1959 (Argentina), 1961 (Brasil), Peru (1963)1965 (Uruguai), 1967 (Paraguai), 1968 (Colômbia).
- OLIMPÍADAS – Bronze em Roma/1960 e Tóquio/ 1964
- CAMPEÃO SULAMERICANO – INTER CLUBES pelo Corinthians em 1963, 1965, 1967 e 1969.
- VICE-CAMPEÃO MUNDIAL INTER CLUBES em 1965 e 1967.

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