domingo, 8 de janeiro de 2012

As diferenças entre jogo e espetáculo!

Sempre externei minha opinião sobre o futebol e um dos motivos de não mais torcer foi a questão de como o torcedor é tratado pelos clubes e principalmente nos estádios. Aquele que deveria ser a razão dos campeonatos e motivos de preocupação pois é a engrenagem principal na maquina de geração de renda do esporte, no Brasil se transforma em fantoche para o oportunismo e a corrupção que se aproveitam desse grande esporte.

Para ilustrar isso é mostrar como deveria ser coloco o depoimento de um brasileiro que assistiu um jogo da NBA ao vivo, post publicado por Fábio Sormani.

Tenho certeza que vocês vão curtir o relato do meu amigo jornalista Thiago Simões:

AMOR À PRIMEIRA VISTA
Me lembro como se fosse ontem. Em 1992, tive meu primeiro contato com a NBA, após instalarem a TV à cabo na residência dos meus pais. Na TV, estavam em quadra Knicks e Celtics, com o quinteto que eu aprendi a decorar com o tempo: Doc Rivers, John Starks, Charles Smith, Charles Oakley e Patrick Ewing. Desde então, o amor à primeira vista foi amadurecendo. Um dos grandes responsáveis por isso foi o diretor Spike Lee. Sempre gostei de seus Knicks.
Muitos anos se passaram e chegamos ao dia 25 de dezembro de 2011. Natal, um verdadeiro presente de Papai Noel para este que vos escreve. Ironia do destino, meu primeiro jogo em um ginásio da NBA foi um Knicks x Celtics. Mas te digo. Não foi fácil chegar até aí. E será nas linhas abaixo que eu vou descrever um pouco da sensação de participar de um jogo da NBA, pois é assim que você se sente, um participante e não um mero espectador.
TUDO FUNCIONA
Chegamos ao Madson Square Guarden 30 minutos antes do início da partida. Como estava hospedado a dois quarteirões do ginásio, não tive dificuldade para chegar no local de jogo, porém, era notório a facilidade para se chegar ao evento para quem veio de longe. Não havia trânsito na rua e muito menos aquele empurra, empurra característico dos estádios brasileiros. Agora, se você acha que não é possível fazer a comparação, reflita: os ginásios norte-americanos levam, em média, mais torcedores do que os estádios brasileiros durante uma temporada. Atualmente, no Brasil, um clássico regional dificilmente chega a 20 mil pagantes.
Ao entrar no Madson Square Garden, uma pequena fila nos aguardava e em menos de 5 minutos já estávamos em nossos assentos, que mesmo sendo em um dos lugares mais baratos do ginásio (140 dólares cada ingresso) era muito confortável, com bastante espaço e com cadeiras acolchoadas. Sim, você não precisa levar aquela almofada para sentar em bancos duros, como nos estádios brasileiros. Antes de sentar, um funcionário pegou nossos bilhetes e nos informou o lugar marcado para o nosso assento. Muito educado e prestativo.
Como já é da sabedoria de muitos, os torcedores ficam misturados. Durante o jogo, até ocorrem provocações entre os torcedores, mas sempre com o respeito esperado por todos nós, o que faz da partida um evento sadio para crianças e jovens, que desde cedo aprendem a se portar em um jogo.

SHOW É COM ELES
Não é novidade para os apaixonados em esporte que os norte-americanos sabem transformar um simples jogo em um evento inesquecível e não poderia ser diferente na primeira partida da temporada.
Em momento algum você se sente ocioso durante o jogo, mesmo com o longo intervalo e as paradas técnicas. Brincadeiras com o público e a presença de estrelas no ginásio fazem do telão central (que é maravilhoso, por sinal) um entretenimento à parte.
Antes da apresentação dos jogadores do Knicks, um dos momentos mais espetaculares do jogo. Um pano branco foi colocado sobre a quadra, transformando-a em uma grande telão, com imagens dos últimos confrontos entre as equipes. Tudo para motivar os jogadores e torcedores. Durante o intervalo de partida, tivemos até um pedido de casamento! Vale destacar também o sistema de som do Madson Square Garden. O som do ginásio é algo à parte. Parece que estamos em um show musical, tamanha é a qualidade.

MAKE SOME NOISE!
Se existe um fator que me desapontou durante todo o jogo foi a torcida. Por mais que ela incentivasse a equipe em alguns momentos, a impressão que dava é que ela só se manifestava conforme o DJ do ginásio se comportasse, seja tocando uma música ou pedindo para incentivar a equipe. Creio que isso se deve muito a cultura dos norte-americanos, que não possuem em sua raiz o sangue latino, por mais que New York tenha muitos imigrantes. Eu até tentei fazer uma reflexão sobre o assunto, levando em consideração que ginásios são diferentes de estádios, porém, veio me à mente o feito pela torcida brasileira em jogos da seleção masculina de vôlei.
Após o término da partida, a sensação que temos é de que as 2 horas e meia de jogo ocorreram em pouco mais que meia hora. Quando você menos percebe, a partida termina e a sensação de quero mais bate forte em sua mente. Por mais que o ingresso seja caro, vale cada centavo gasto!
Bem, espero ter conseguido passar um pouco da experiência que eu tive em um ginásio de basquete nos Estados Unidos. Antes de finalizar, gostaria de agradecer o espaço cedido pelo companheiro Fábio Sormani e espero ter contribuído com a grandeza que o seu blog representa no mundo do basquete. Espero que tenham gostado! Um excelente ano para todos vocês e com muitas bolas na cesta!

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